A reforma tributária entrou em quarentena. Um dos principais entusiastas da reformulação do sistema tributário, o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), defende que o assunto não seja tratado no momento em que o país e o mundo sofrem com consequências humanitárias e econômicas incalculáveis da pandemia do coronavírus.
“A emergência agora é salvar a vida das pessoas. Conversei com o presidente [da comissão mista] Roberto Rocha [senador pelo PSDB do Maranhão]. Combinamos de fazer uma nova avaliação na próxima semana. Estamos focados na crise. Não podemos ter outro foco”, disse o deputado ao Congresso em Foco.
O calendário anterior previa que a reforma seria votada ainda no primeiro semestre pelo Congresso. Agora, não há qualquer previsão de quando isso ocorrerá. “Fica evidente que a cronologia da reforma tributária está diretamente ligada à resolução dessa crise”, explicou.
Para o deputado, é hora de o Congresso somar forças com os demais poderes e a sociedade para amenizar os efeitos do avanço do covid-19. “A reforma tributária é necessária, mas estamos diante de uma crise que não sabemos a dimensão. É um exercício de futurologia. O Parlamento neste momento tem de estar pronto para aprovar todas as medidas necessárias, seja na economia seja no protocolo sanitário.”
O relator da reforma tributária defende que o governo proponha medidas mais efetivas para preservar empregos e os setores mais atingidos economicamente pela crise. “Como disse o ministro Mandetta, não estamos tratando de uma gripezinha. Se fosse isso, era só dar vitamina C. Estamos tratando de epidemia, temos de tratar com a responsabilidade devida. Temos de ter sensibilidade. Estamos trazendo a realidade que o mundo está vivendo. Quem teve mais responsabilidade está se saindo melhor e primeiro da crise”, declarou.
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